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Três fortes razões que me fazem desconfiar das pesquisas de intenção de voto
TRÊS RAZÕES FORTES QUE ME FAZEM DESCONFIAR das pesquisas de intenção de votos

Passei a acompanhar eleição presidencial desde a época em que Tancredo Neves foi eleito presidente da República pelo Congresso , de forma indireta, em 15 de janeiro de 1985. De lá até o momento nunca fui abordado por nenhum instituto de pesquisa para perguntar em qual candidato eu iria votar.
Aliás, antes de 1985 também não.
Eu tenho muitos motivos para duvidar seriamente de  pesquisas de intenção de votos, todavia o que quero abordar não é apenas o contingente mínimo de eleitores entrevistados pelo Institutos de pesquisa. Aponto três motivos principais que me fizeram duvidar das pesquisas de intenção de voto.


1- Embora se diga que as pesquisas obedecem a um rigor científico ( estatístico) elas não estão isentas de erros e manipulações, além de os Institutos entrevistarem um universo pequeno de pessoas em relação ao total de eleitores.
Segundo o TSE , o Brasil possui  149.836.269 eleitores, sendo 79.224.596 mulheres e outros 78.444.900 homens , aptos a votarem nas próximas eleições. Desse enorme contingente de eleitores, o Datafolha , por exemplo, entrevistou pouco mais de 2 mil e quinhentas pessoas na última pesquisa que fez  sobre intenções de voto para presidente da República.
Mesmo que exista rigor e seriedade , não há como  descartar a possibilidade de erro.
Há outro detalhe relevante: se o instituto seja por razão de suborno ou preferência política quiser , por exemplo, divulgar pesquisa com o candidato que ela simpatiza saindo em primeiro lugar , bastaria entrevistar pessoas que residam em local ou grupo de pessoas  onde o candidato tem sabidamente a preferência do eleitorado. Exemplo: qualquer instituto de pesquisa pode fazer uma pesquisa colocando o Bolsonaro muito à frente dos outros concorrentes. Bastaria entrevistar eleitores em igrejas evangélicas , entre as forças policiais e entre pessoas ligadas ao agro negócio. Neste caso, a pesquisa refletiria  a realidade , mas de grupo de eleitores do Bolsonaro. O que o instituto teria que fazer seria  apenas dizer que a pesquisa foi realizada em todo o Brasil , em tantos municípios.

2- Os erros frequentes dos institutos de pesquisa. cito um exemplo ( obviamente , há dezenas de outros , mas citarei somente este ) que considero grave , ocorrido na eleição para prefeito de Fortaleza em 1985. O Ibope à época divulgou pesquisa em que dava vitória a Paes de Andrade ( MDB) , Lúcio Alcântara ( PFL) aparecia em segundo e Maria Luiza Fontenelle (PT) , em terceiro.
Quem venceu a eleição? Maria Luiza Fontenelle.  

3 ,- O alto grau de corrupção das instituições e órgãos brasileiros , públicos e privados.
O Índice de Percepção da Corrupção,  ( dados de 2021)   principal indicador de corrupção do mundo coloca o Brasil na posição 96 , atrás até mesmo de Índia , Vietnã , Colômbia , Argentina , Gana , Senegal...
Os Institutos de pesquisa são empresas com objetivo de lucro.
Para se ter uma ideia, o dono do Datafolha , instituto de pesquisa fundado em 1983, é do bilionário Luiz Frias ,  que é a 12ª pessoa mais rica do país,  com um patrimônio de 25,2 bilhões de reais, de acordo com o ranking de bilionários da revista Forbes 2021.
Os donos do Kantar IBOPE Media também são  bilionários.
Em um país comprovadamente corrupto , seria por acaso que essa gente é bilionária?Esse patrimônio bilionário é acumulado somente por meio do trabalho limpo? É difícil acreditar que seja.

Marcos Antonio Vasconcelos Rodrigues - autor do livro "Palavras do meu sentimento"
Marcos Antonio Vasconcelos
Enviado por Marcos Antonio Vasconcelos em 05/06/2022
Alterado em 06/06/2022


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