A paixão ideológica produz injustiças e colabora para a má qualidade do ensino nas escolas públicas
Ingressei no serviço público por meio de concurso em 2009. Lembro de um episódio que me ocorreu em 2013 numa escola pública localizada em Fortaleza , no bairro Conjunto Esperança. O diretor da escola ( doente pelo PT) me advertiu atendendo a uma solicitação de uma colega que foi reclamar alegando que eu estava quebrando o padrão de atuação dos professores.
Eu me dava bem com todos os alunos de todas as turmas nas quais lecionava.
Nem precisa dizer que todos os professores ( não lembro de nenhum que não fosse) eram petistas roxos.
Pois bem ! Eu fiquei surpreso com a advertência do diretor. Perguntei :
- Há alguma reclamação de alunos contra mim?
- Não , respondeu o diretor. É que a professora está reclamando que o senhor é tolerante com os alunos.
Eu disse:
- Mas Raul, hoje mesmo essa professora colocou de uma vez só oito alunos para fora de sala. Tolerante é se dar bem com alunos? Perguntei-lhe!
Em outras palavras, a professora foi reclamar de mim por eu não colocar alunos para fora de sala.
Raul, que absurdo ! Praticamente você está reclamando por eu estar fazendo a coisa certa.
Na campanha da reeleição , essa professora ficou a trabalhar contra o diretor e eu trabalhei forte para reelegê-lo.
A professora que trabalhou contra a reeleição do diretor foi promovida à coordenadora de área. E eu, que não era esquerdista, apesar de ter ajudado na reeleição resolvi sair da escola por falta de ambiente.
São nesses detalhes que a paixão ideológica acaba prejudicando pessoas e colaborando para que a boa educação não flua em muitas escolas públicas.
Obviamente, se alguém for perguntar a essas personagens citadas nesta história , elas vão negar ou dizer que não lembram . Há um ditado popular que diz : “ quem bate esquece, quem apanha lembra.”
Lá também havia um senhor que lecionava Biologia. Não lembro o nome dele , mas lembro bem que tinha uma deficiência na perna. ( puxava da perna) . Esse senhor adorava praticar “bullying” contra mim. Na minha justificativa de pedido de transferência de escola , eu o citei como uma das principais causas.