"Freud criticou a religião em diversas obras. Neste texto, selecionei três passagens cruciais e as confrontarei com uma perspectiva teológica divergente, explorando as raízes da fé e da alienação humana."
"As crenças religiosas são frequentemente baseadas em desejos infantis de um pai protetor, projetados na figura de um Deus todo-poderoso."
( O Futuro da ilusão)
*"A religião tem suas raízes no complexo de Édipo e no sentimento de culpa primordial."
( Origens psicológicas da religião)
"As primeiras religiões surgiram de um evento primordial em que um grupo de filhos matou e comeu seu pai, levando a sentimentos de culpa e à necessidade de expiação". ( Totem e Tabu)
É evidente que Freud estava equivocado. A origem da alienação humana reside na Queda de Adão e Eva no Éden, ou seja, o pecado é a causa primordial. O afastamento de Deus, decorrente desse pecado, levou ao desenvolvimento da religião, cujo propósito é religar o homem a Deus.
Consequentemente, se a Queda não tivesse ocorrido, a religião seria desnecessária, assim como a filosofia. A ciência, por sua vez, seria essencial, pois seu conhecimento contribui para o bem-estar físico da humanidade. Após a Queda, a ciência também assumiu o papel de combater a ignorância sobre o Universo. Deus teria impulsionado o desenvolvimento científico independentemente da Queda, embora atualmente a ciência conheça apenas 5% da criação.
Freud critica a religião por desconhecer a verdadeira causa da alienação humana. Além disso, não apresentou uma alternativa eficaz para substituí-la. Outra tese controversa de Freud é a atribuição dos problemas psicológicos aos impulsos sexuais, um reducionismo irracional. Freud faleceu em 1939, aos 83 anos, tendo tempo para reconsiderar suas teorias, o que jamais fez. No Mundo Espiritual, talvez tenha se arrependido de suas conclusões distorcidas, ou talvez não, a depender de sua humildade."
Marcos Antonio Vasconcelos Rodrigues - graduado em Letras e pós-graduado em Literatura e Teologia.
