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A incompreensível escola do deserto
Haveria algo agradável no deserto? A própria origem da palavra é dolorosa, vem do latim “desertus” que significa “abandonar”. É um ambiente absolutamente perigoso. A população de animais é formada por ratos-cangurus, serpentes, escorpiões e uma enorme diversidade de seres vivos que se escondem sob a areia desértica para se protegerem do calor excessivo.Tempestades violentas são frequentes, a vegetação é irregular e insuficiente para oferecer qualquer espécie de abrigo. A própria vegetação já se adaptou à salinidade e à seca do deserto. Falta água, alimento,proteção, tudo.
Toda essa paisagem do deserto produz em quem está ali sentimentos indescritíveis de solidão extrema, medo, incerteza, perigo, ansiedade, melancolia,miragens... que Pai amoroso teria coragem de enviar seus filhos para treinamento numa escola com essas características? Claro que todos responderiam- ninguém, não é mesmo? Pois saiba que a principal escola que Deus tem utilizado para treinar seus campeões – tem sido a do deserto. Não que Ele quisesse entregá-los às feras deliberadamente. De forma indireta,seus "guerreiros" recebiam ajuda e apoio. Percebe-se,sem muito esforço, que Deus se utiliza das dificuldades do deserto para treinar, capacitar e fortalecer seus "guerreiros" para enfrentar outros desertos piores. “ Ele falou por meio do campeão Jeremias"...Os meus caminhos não são os vossos caminhos, nem meus pensamentos são os vossos pensamentos... “por exemplo,quem pode entender que Deus tenha ordenado a Noé que construísse a Arca sobre uma  montanha  e não sobre a parte mais baixa?
O Êxodo comandado pelo campeão Moisés é incompreensível ao olho humano. É absolutamente inaceitável à razão humana, que Deus tenha ordenado a Moisés que tirasse o povo da escravidão no Egito para levá-lo ao deserto.Ou seria a vida no deserto melhor que a vida no Egito? Aparentemente,não. Entre os egípcios, o povo era humilhado, cativo, se submetia a trabalhos forçados. Contudo,tinha pão e água em horários específicos, os riscos que corriam eram bem menores em comparação aos que corriam no deserto. Mesmo assim, Deus falando por meio do campeão Ezequiel, disse: “...Tirei-os da terra do Egito e os levei ao deserto...”.Pelo contexto bíblico, Deus dá a entender que o deserto seria melhor para o povo judeu que o Egito.
Analisando o comportamento do mais proeminente campeão de Deus,Jesus, com rigoroso treinamento no deserto,percebe-se que Ele parece ter adotado o comportado de um cerdo selvagem. “ Quando um cerdo leva um tiro, ele lambe a ferida e procura safar-se, escapar,manter-se vivo e assim,prosseguir sua jornada. O “pensamento” que lhe vem à mente é a ferida que está fazendo com que ele ande mais devagar”. Ele não pensa na morte. Jesus levou vários “ tiros” no deserto, porém se comportou como um cerdo selvagem.
Está escrito: “ E logo o espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado... estava com as feras". Percebe-se que Jesus corria o risco iminente de morrer a qualquer momento ( tentação, feras, o ambiente letal do deserto...) Mas como um cerdo da selva, ele não se preocupou com a morte, mas “ em lamber as feridas"e continuar sua caminhada. E conseguiu. Venceu as tentações, as feras, o medo, a fome, a sede, os conflitos. Após quarenta dias de treinamento mortal e rigoroso, saiu da escola do deserto, mais preparado emocional e espiritualmente para enfrentar  desertos piores.Assim,quando analisamos as condições e as dificuldades enfrentadas pelos guerreiros e campeões de Deus (Noé,Moisés,Jesus,Paulo,dentre muitos outros) durantes suas atividades celestiais entre os humanos,percebe-se claramente que eram ambientes que apresentavam dificuldades bem maiores que as enfrentadas no deserto,por isso Deus tem utilizado a escola do deserto,que oferece treinamentos rigorosos e letais,para qualificar e capacitar seu fortes campeões,a fim de que eles não sucumbissem em suas missões em meio a nós,que compomos a população do "deserto de humanos".

Marcos Antonio Vasconcelos Rodrigues

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Marcos Antonio Vasconcelos
Enviado por Marcos Antonio Vasconcelos em 17/12/2011
Alterado em 20/04/2015


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