Marcos Antonio Vasconcelos Rodrigues Pensar e Repe

Pensar e repensar

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Textos

Aprendendo com o suicídio de um multimilionário
Acordou cedinho. Foi ao banheiro, tomou seu banho matinal, escovou os dentes, penteou os cabelos, perfumou-se. Sentou-se à mesa e tomou seu café preparado por seus súditos. Em seguida, dirigiu-se à sede central de suas empresas, como fazia diariamente.  
Em sua mansão ele tinha onze empregados, que o tratavam como rei. Externamente, aquele homem demonstrava, como sempre, firmeza e vigor, apesar de seus sessenta e cinco anos. Todavia, internamente ,ele estava arrasado, deprimido, amargurado. O fato de ser um dos homens mais ricos da Alemanha não trazia consolo ao seu coração. Estava inconsolável internamente porque não aceitava o prejuízo que tivera ao fazer um investimento especulativo. Não compartilhou com ninguém a dor que o prejuízo lhe causara, quem sabe uma palavra de conforto pudesse aliviar sua dor interna e fazê-lo ver que mesmo com  o prejuízo, ainda continuaria a ser um homem multimilionário e que poderia em breve recuperar o que houvera perdido. Mas a ideia que lhe veio à mente foi o trilho da cidade onde morava. Logo que retornou à sua mansão, no finalzinho de uma tarde nublada, guardou sua pasta executiva dentro de seu armário e saiu sorrrateiramente sem avisar aonde ia. Olhou o relógio. Em dois minutos o trem das dezoito horas passaria pela cidadezinha de Blaubeuren . Fechou os olhos e numa fração de segundos jogou-se na frente de um trem cargueiro.
  Milhares de toneladas de ferro passaram sobre seu corpo deixando-o irreconhecível. Quem praticou esse ato extremo não foi um mendigo ou um homem traído pela amada, nem tampouco um desempregado aflito e angustiado. Foi um multimilionário.  Mesmo com prejuízo de US$ 1,5 bilhão, Adolf Merckle ainda estaria na lista dos homens mais ricos do mundo.
Nada melhor do que a atitude de  Adolf Merckle para demonstrar a inutilidade das riquezas diante das crises existenciais (espirituais). Adolf tinha dinheiro sobrando, prestígio, influência, família. Aos olhos do mundo era o modelo de pessoa bem sucedida. Quem poderia imaginar que um homem assim estivesse tão debilitado a ponto de pôr fim à própria vida por meio de uma morte tão trágica, por causa de um prejuízo que tivera?
“De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro...?” Ou “Onde estiver o tesouro do homem aí estará seu coração...”, disse Jesus.
Diariamente, na ida ou na volta ao trabalho, deparo-me com várias pessoas que têm como teto apenas o céu azul. Dormem nas calçadas, não têm onde reclinar a cabeça, utilizam papelões como lençol, contudo creio que elas não pensam em praticar suicídio.
Obviamente, a vida que levam é uma tragédia, mas pelo menos não tiram a própria vida, isto é importante porque enquanto vivas, existe a possibilidade e a esperança de que ocorra alguma mudança, principalmente, no aspecto espiritual de suas vidas. Do ponto de vista de suportar as agruras, as perdas (família, esperança...) tais mendigos são superiores a alguns bilionários que não resistem, às vezes, a pequenas perdas e se matam por causa prejuízos financeiros ou devido a  determinados dramas existenciais.
Do exemplo desse homem podemos chegar a algumas conclusões – bens materiais, prestígio, poder não satisfazem necessidades espirituais,pois há necessidades materiais e espirituais. É preciso trabalhar e  fortalecer a alma e o espiríto a fim de que se possa suportar as perdas e tragédias da existência humana. Cristo deixou bem claro que bens materiais não suprem necessidades espirituais e vice-versa. “O que é da terra é da terra, o que é do céu é do céu...” disse Ele. Riqueza,  poder, prestígo, sucesso  não devem ser o foco, o alvo principal do ser humano.Eles devem vir em segundo plano, como complemento.
   “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus...” disse Jesus. “E que sozinho, independente do que somos ou temos, sem a ajuda de Deus ninguém resiste às crises existenciais (espirituais).

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Publicado inicialmente no Blog Sinto muito,mas preciso falar em 18/02/2009

Informações complementares:
Adolf Merckle (18 de março de 1934 — 5 de janeiro de 2009) foi um empresário e investidor, e uma das pessoas mais ricas da Alemanha.
Adolf Merckle nasceu em Dresden, Alemanha, numa família rica — grande parte de sua fortuna ele obteve por herança. Ele desenvolveu a indústria química de seu avô e a transformou numa das maiores indústrias farmacêuticas da Alemanha, a Phoenix Pharmahandel. Sua família também era detentora do fabricante de medicamentos genéricos Ratiopharm, e grande parte da companhia de cimento HeidelbergCement, e ainda da fabricante de automóveis Kässbohrer.
Adolf Merckle teve formação em Direito mas trabalhou a maior parte da vida como investidor. Ele viveu na Alemanha com sua esposa e seus quatro filhos.
Adolf Merckle fez um investimento especulativo baseado na sua crença de que o preço das ações da Volkswagen iria cair quando, em outubro de 2008, ações da Volkswagen, por meio da Porsche, foram de €210,85 para mais de €900 em menos de dois dias na DAX, resultando em grandes perdas para Merckle. Em 2007 sua fortuna havia sido estimada em US$ 12,8 bilhões (Forbes), e em dezembro de 2008 era de US$ 9,2 bilhões — uma perda de mais de 28%.( Wikipédia)

Marcos Antonio Vasconcelos Rodrigues
Marcos Antonio Vasconcelos
Enviado por Marcos Antonio Vasconcelos em 22/12/2013
Alterado em 20/04/2015


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